3 de março de 2010

Ivo (Um Presente Chamado Realidade I)

Ivo trabalha na área da publicidade. Tem trinta e três anos, formou-se ainda bastante jovem, e no seu currículo constam algumas empresas, muitas viagens, promoções na carreira, uma vasta lista de oportunidades que conseguiu agarrar e superar. Actualmente gere a sua própria empresa e mesmo que pequena faz com que Ivo se orgulhe dos esforços até ali prestados. É independente. Solteiro com uma filha na casa dos 8 anos. Em jeito de brincadeira Ivo costuma dizer que tudo na sua vida é um acidente e que ser pai foi um deles. Nunca viveu com a mãe de Joana, e é um pai presente. A relação com Sofia (mãe da filha) não é das melhores e por isso prefere o afastamento e o silêncio para tornar tudo mais simples e sem complicações em prol do bem estar do seu tesouro que lhe abosorve os fins-de-semana exaustivamente.
Ivo não tem qualquer relação amorosa. Não se apaixona facilmente. Não se entrega subitamente ao prazer.
É despreocupado. Vive ao segundo. E sabe o que quer. A paternidade fez com que a sua maturidade crescesse a um ritmo acelerado. Ao longo deste tempo raras foram as relações que firmaram. Para ele a liberdade e o respeito são factores primordiais numa relação e não admite que o menosprezem ou subestimem. Talvez por isso mantenha-se sozinho.
Vive numa grande cidade. Num apartamento grande por ser o único a habitá-lo. Naquela casa pouca vida existe. Meia dúzia de livros espalhados numa casa despojada de móveis. Na sala um tapete felpudo de cor púrpura a contrastar o sofá de pele negra. Um quarto em tons pastel e uma cama extra larga junto da janela. Ali habitam histórias e segredos da vida de Ivo. Um homem reservado, embora desinibido e sem tabus.

Foi numa viagem de trabalho a 400km de casa, enquanto procurava a sua banda sonora preferida, que Ivo esbarrou com Mafalda acidentalmente...

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